Os primórdios dos Foguetes no Brasil


Os primórdios do uso de foguetes do Brasil remonta ao ano de 1809, quando o
almirante Sidney Smith realizou uma demonstração com os foguetes de Congreve para o príncipe regente da época D. João VI, mais o projétil se descontrolou e acabou explodindo nos jardins do palácio real, com isso surgiu um desinteresse do uso desse tipo de arma no governo, mais existem registros da fabricação local e uso desse tipo de foguete por volta de 1825, sem muito sucesso.


Já então no ano de 1850 alguns foguetes aperfeiçoados por William Hale, conhecidos também como foguetes rotativos, foram adquiridos pelo governo brasileiro.


Em uma restruturação das forças armadas, foi que 1850 forão adotados
canhões obuses, fuzis raiados, artilharia Paixhans e fuzis de retrocarga e um laboratório pirotécnico dedicado a fabricação de foguetes de desenho mais moderno. Nesse tempo o Dr. Guilherme Schüch de Capanema conseguiu fabricar vários artefatos localmente, inclusive foguetes, usando de engenharia reversa. 

Várias experiências com alterações nesses foguetes foram conduzidas por Capanema e pelo tenente coronel José Mariano de Mattos em 1855, o que permitiu o domínio da teoria do sistema. O Brasil se tornou um dos maiores usuários mundiais de foguetes durante a Guerra do Paraguai, quando mais de 10.000 foguetes fabricados localmente, foram entregues ao exército. Depois disso, com a evolução dos canhões na artilharia, os foguetes caíram em desuso a nível mundial.

Mais o renascimento dos foguetes
voltou a ocorrer a partir de publicações teóricas famosas "A Method of Reaching Extreme Altitudes" (Robert Goddard - 1919) e "Die Rakete zu den Planetenräumen" (Hermann Oberth - 1923) e sobre a influência da segunda guerra mundial no Brasil, reacendeu então o movimento de pesquisas nessa área.

Nesse tempo teve a fundação da (ETE) Escola Técnica do Exército o atual Instituto Militar de Engenharia, o (IME) com o curso de autopropulsão os alunos tiverão a iniciativa da construção de um foguete, apesar de dificuldades de toda ordem, esse grupo teve éxito e lançou o foguete em 1949.

Em 1945, Montenegro embarcou para os Estados Unidos com um grupo de oficiais da FAB, onde visitaram diversas bases aéreas e também o Massachusetts Institute of Technology (MIT), de onde, com o apoio do professor/pesquisador Richard Harbert Smith contratado pelo governo brasileiro, surgiu a ideia de criar um Centro Técnico, que se chamaria CTA. Já no ano seguinte o Ministro da Aeronáutica criou a Comissão de Organização do Centro Técnico de Aeronáutica (COCTA), que lançou o edital para as instalações do Centro Técnico de Aeronáutica em São José dos Campos em 1947. A construção teve início em 1948, o CTA foi considerado definitivamente organizado a partir de 1 de janeiro de 1954.

Entre os anos de 1949 e 1972 forão desenvolvidos 36 foguetes com combustível sólido e 33 deles testados na prática, alguns desses projetos tiveram relevância considerável como o lançador M108R de 1952 que esteve em serviço nas décadas de 70 e 80 fabricado pela Avibras Aeroespacial, um foguete de dois estágios de 1957, com alcance de 30 km, e finalmente o projeto de um foguete ainda maior o Sonda I (apelidado de Gato Félix
, não confundir com o Sonda I da Aeronáutica) com apogeu previsto de 120 km com 30 kg de carga útil, teve seus componentes testados estaticamente, mas não foi lançado; o objetivo do Gato Félix era lançar o gato Flamengo ao espaço, mas o projeto foi impedido por considerações éticas.


Postagem Anterior Próxima Postagem