O dia 18 de Maio de 1986 foi o dia mais importante na Ufologia Brasileira, pelo acontecimento descrito como "A Noite Oficial dos Ovnis" ou "a noite dos discos voadores" que foi um Fenómeno testemunhado por uma série de testemunhas oculares entre civis e militares, uma série de objetos voadores não identificados, conhecidos como (Ovinis).
O avistamento ocorreu em quatro estados Brasileiros Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e São Paulo só no interior foram registrados avistamentos em Caçapava, Taubaté e Mogi das Cruzes. O Fenómeno teve inicio as 18h30 com os primeiros relatos, cerca de 21 objetos foram vistos naquela noite, mais acredita o operador Sérgio Mota da Silva que foi bem mais do que 21.
"Às vezes, os pilotos tinham contato visual dos alvos, mas os radares não registravam nada. Outras, os radares até captavam a presença de objetos, mas os pilotos não conseguiam avistá-los. A Aeronáutica considerou apenas os avistamentos que tiveram confirmação simultânea. Os demais foram descartados", conta ele.
O primeiro avistamento foi feito pelo sargento Sérgio Mota da Silva, operador na Torre de Controle do Aeroporto de São José dos Campos em São Paulo. Ele comunicou à patrulha a observar um luzeiro sobre o setor noroeste do aeródromo.
“Tem alguma coisa aqui no setor noroeste de São José. Um farolzinho, pô, mas... eu tô olhando bem, o bicho tá parado: nem sobe nem desce, não vai pra esquerda nem pra direita, tá paradinho lá. Não, tô olhando, não é estrela não. É um farol. Não dá... não dá pra distinguir nada, é só um foquinho de luz. Esquisitinho. Tá alto. Agora sumiu na bruma."
Tentativas de interceptação
Logo cinco caças da Força Aérea Brasileira (FAB) foram acionados pelo Centro de Operações da Defesa Aérea (CODA) para interceptar os supostos invasores.
O voo de Kleber Caldas Marinho sobre o mar
O primeiro vou foi o caça F5-E, prefixo FAB 4848, decolou da BASC às 22h34, pilotado pelo 1º Ten Av Kleber Caldas Marinho, nas comunicações por rádio, a aeronave era referida pelo codinome Jambock 17 (JB17). a aeronave que decolou com o radar desligado e as luzes de navegação apagadas, sendo orientado a manter-se assim. À velocidade constante de Mach 0.7 (864,36 km/h), ele foi guiado por um controlador de voo do COPM 1 até São José dos Campos, onde havia ecorradares. Em menos de dez minutos, Marinho fez contato visual com um ovni cintilante e na maior parte do tempo, branco, mas que por vezes mudava de cor para vermelho e verde. O militar acendeu as luzes de navegação do avião e aumentou a velocidade para Mach 0.95 (1.173,06 km/h). Contudo, a menor distância que conseguiu ficar do objeto foi de 10 milhas náuticas (18,52 km), e isso apenas por breves momentos. Aos trinta minutos de perseguição, avançando sobre o Oceano Atlântico cada vez mais, Marinho comunicou à Defesa Aérea as percepções que tinha do alvo: “Eu estou informando que, aparentemente, não deve ser uma aeronave, oquei? Ou um avião, devido à performance dele no que diz respeito à velocidade, oquei, e também pelo local que ele está voando, oquei?”Logo depois, o alvo distanciou-se rapidamente, ficou fora do alcance do radar de bordo do F-5, limitado a 20 milhas (37,04 km), e escapou em direção à África.
Armindo Sousa Viriato de Freitas e os óvnis hipersônicos
O segundo caça, um Mirage F-103 com o prefixo FAB 4913 e codinome Jaguar 116 (JG 116), decolou da BAAN às 22h48, pilotado pelo capitão-aviador Armindo Sousa Viriato de Freitas (1956). Após as devidas transferências de controle, a aeronave foi vetorada para um ponto detectado pelo radar do APP-AN, que transmitia as informações ao COPM 1 e este as retransmitia ao piloto. Esse procedimento foi adotado em virtude de não estar sendo visualizado nenhum ecorradar nos equipamentos do COPM 1. O piloto, após voar sete minutos a velocidade subsônica, foi informado da detecção de um plote 13 milhas náuticas (24,07 km) à frente. O radar do avião também acusou o alvo. Viriato de Freitas apagou as luzes de navegação e tentou a aproximação, conseguindo ficar, aos dezoito minutos de voo, a apenas 1 milha náutica (1,85 km) do alvo, quando o ponto inexplicavelmente desapareceu da tela do radar de bordo. Orientado, Freitas realizou uma varredura de 360° na região, e um novo plote apareceu no radar a 12,5 milhas (23,15 km) de distância, acelerando para Mach 0.9 (1.111,32 km/h), o aviador conseguiu reduzir o distanciamento para 10 milhas (18,52 km); por instantes, a separação entre o caça e o ovni voltou a aumentar, mas logo diminuiu para 5 milhas náuticas (9,26 km), quando o objeto acelerou bruscamente e ampliou em segundos a lonjura para 21 milhas náuticas (38,89 km), ficando dessa forma, fora do alcance do radar do interceptador. O capitão ainda repetiu o feito de ficar a apenas 1 milha náutica (1,85 km) de outro óvni, após acelerar e atingir a velocidade supersônica de Mach 1.05 (1.296,54 km/h), mas o objeto também acelerou e rapidamente desapareceu. Apesar da proximidade obtida, o caçador nada viu a olho nu. Perto do fim do voo frustrado, Freitas perguntou ao controlador se os outros caçadores estavam tendo os mesmos contatos nas mesmas circunstâncias, o que foi confirmado pelo interlocutor: “Afirmativo. As mesmas condições: tem um contato, chega próximo do contato e o mesmo aumenta a distância.”
Márcio Brisolla Jordão e a interferência no radar
O terceiro caça, um F5-E com prefixo FAB 4849 e codinome Jambock 07 (JB 07), decolou da BASC às 22h50, pilotado pelo capitão-aviador Márcio Brisolla Jordão (1957). Nas comunicações por rádio, o controlador de voo identificou-se como Lince 45 e enviou Brisolla Jordão para investigar uma série de plotes registrados no radar. Com menos de dez minutos de vetoração, surgiram numerosos tráfegos imóveis à cauda da aeronave, à qual foi comandada uma curva de 180º pela direita não sendo obtido nenhum contato visual ou do radar de bordo.
As buscas foram feitas inicialmente em Santa Cruz e depois em São José dos Campos, sem que nada de anormal fosse observado pelo piloto, apesar da noite clara sem nuvens e com uma lua cheia. As detecções eram intermitentes e simplesmente desapareciam com a aproximação do caça ao local indicado. Após meia hora de voo, o capitão notou uma luz vermelha ao longe a menor altitude e próxima a São José dos Campos. O controlador confirmou detecção, Jordão tentou chegar perto, mas o plote sumiu do radar de solo e a luz apagou momentos depois. Quase imediatamente, ele viu duas outras luzes, uma fixa e outra piscando, de cor branca, mas concluiu serem os luzeiros provenientes de uma estação no solo provida de alguma antena alta equipada com duas lâmpadas anticolisão.
No sul de São José dos Campos, o aviador adentrou uma zona mais sujeita a detecções de plotes, e o radar de bordo passou a apresentar uma série de riscos no escope, conforme informou ao controlador: “Na tela do radar, aparecem uns riscos tarjados assim, meio em diagonal. Não é normal, assim.” O problema persistiu até o avião sair da zona mencionada.
Pouco depois, conforme consignou em parte lavrada em Santa Cruz no dia 28 de maio de 1986, Jordão avistou uma luz vermelha na linha do horizonte, no sentido do mar, comunicou à Defesa Aérea e o controlador confirmou o contato, instruindo-o a tentar a interceptação, o que foi feito sem sucesso. Por estar com o combustível começando a escassear, Jordão retornou para Santa Cruz, pousando à 0h05 de 20 de maio. Ao todo, a aventura durou 75 minutos, das 22h50 à 0h05.
Rodolfo da Silva Souza e o ovni inteligente o quarto caça, um Mirage F-103 com codinome Jaguar 98, decolou da BAAN às 23h17, pilotado pelo capitão-aviador Rodolfo da Silva Souza (1954). Souza foi guiado por um controlador do COPM 1 até as posições estimadas do alvo e por diversas vezes chegou perto ou mesmo passou pelo plote indicado pelo radar do APP-AN. Curiosamente, o contato duplo do caça e do ovni, era observado apenas pelo APP-AN, jamais pelo COPM 1. Após algumas tentativas frustradas de interceptação, sem nunca obter contato visual ou pelo radar de bordo, o aviador comentou com o controlador: “Eh... com certeza, se for um alvo real, ele não tá iluminado, ok? Tá... tá escuro, porque... eu tô praticamente visual com o solo.” O óvni demonstrava manobrar de maneira inteligente, evitando o caça. Em certo momento, o controlador percebeu o padrão de fuga adotado e informou ao caçador: “Oquei, garoto, o plote está sempre às suas 6 horas, ok? Quando você faz curva, ele tá sempre fazendo curva à sua frente, ele vem pra cima de você, passa na sua vertical em cima ou em baixo – nós não temos condições de detectar a altitude – e fica na sua cauda o tempo todo. Quando você faz curva, ele some da posição e aparece sempre na sua frente.” Ciente disso, Souza apagou as luzes de navegação do avião; mesmo assim, uma nova tentativa de interceptação não foi exitosa. O caçador recebeu instruções para o regresso. Após o pouso, ocorrido à 0h07, Rodolfo da Silva Souza perguntou aos mecânicos de pista se haviam visto ou ouvido qualquer coisa diferente de um F-103 sobrevoando a base de Anápolis ou as imediações. A resposta foi negativa. Da decolagem à aterrissagem, o voo durou 50 minutos, das 23h17 de 19 de maio até a 0h07 de 20 de maio.