A história do piloto que foi sugado para fora do avião


O caso que ocorreu á 32 anos atrás no vou 5390 entre Birmingham (Inglaterra) e Málaga (Espanha), com a aeronave BAC 1-11 da British Airways e com o capitão Tim Lancaster que foi sugado parcialmente da cabine do avião; no dia 10 de junho de 1990, o capitão teve de aguentar por cerca de 30 minutos do lado de fora de uma aeronave a 650 quilômetros por hora, enfrentando uma temperatura abaixo de zero, mais precisamente 50 graus negativos.

O avião do voo BA 5390, sobrevoava a cidade de Didcot a Oeste de Londres, quando duas janelas frontais da aeronave desintegraram-se da cabine de comando, sugando imediatamente para fora o capitão Tim Lancaster, que ocasionou na despressurização imediata da cabine da aeronave, o comandante também se choca contra o painel de bordo do avião, onde ficam as manetes de potência dos motores, acelerando o avião e desligando o piloto automático da aeronave.


"Eu me virei e vi que o para-brisa dianteiro havia desaparecido e Tim, o piloto, estava saindo por ele. Tim havia sido arrancado do cinto de segurança e tudo que eu podia ver eram suas pernas", contou Ogden para o Sydney Morning Herald, na época.

Mais felizmente os joelhos do comandante ficaram presos entre o manche e o painel acima dos instrumentos. Em seguida o comissário de bordo Nigel Ogden, que estava levando o café da manhã naquele exato momento, segurou o corpo do comandante pelas pernas, evitando que ele fosse completamente sugado para fora do avião. O copiloto Alastair Atchison iniciou um pouso de emergência, mais o ruído estremo do vento dentro do cockpit tornou qualquer tentativa de comunicação entre o copiloto e o ATC (Air Traffic Control) impossível.

Em suas palavras Ogdem disse "Eu ainda estava segurando Tim, mas meus braços estavam ficando mais fracos, e então ele escorregou. Pensei que fosse perdê-lo, mas ele acabou se dobrando em forma de 'U' em torno das janelas". O comissário relatou que foi auxiliado por outro colega, justo no momento em que pensava que seria o fim do piloto.

Com a velocidade reduzida, o comandante escorregou para o lado da aeronave, fazendo com que o nariz do capitão ficasse batendo repetidas vezes contra o vidro da janela da aeronave, entre outras complicações incluindo, queimaduras em decorrência do ar gelado, hematomas em várias partes do corpo, fraturas no braço direito, polegar esquerdo e pulso direito, mesmo assim, menos de seis meses após a hospitalização, o comandante Timothy Lancaster retornou aos voos.


“Seu rosto estava batendo contra a janela com sangue saindo de seu nariz e do lado de sua cabeça, seus braços estavam se debatendo e pareciam ter cerca de 2 metros de comprimento. O mais assustador é que seus olhos estavam bem abertos. Nunca vou esquecer aquela visão enquanto eu viver", comentou também Ogden ao veículo australiano. 

Após iniciar a descida e reduzir a velocidade do avião, Atchison conseguiu estabelecer contato com o ATC e diante da emergência, o controlador de voo orientou o copiloto a pousar em Southampton (110 km a Sudoeste de Londres), o que ocorreu sem incidentes às 8h55.

Causas do Acidente 

De acordos com os relatórios de investigações do departamento de Investigação de Acidentes Aéreos, foram usados os parafusos errados para proteger o para-brisa. O relatório disse que o processo de instalação da ferramenta, que aconteceu 27 horas antes da decolagem do avião em junho de 1990, foi "caracterizado por uma série de práticas de trabalho inadequadas, julgamentos inadequados e erros de percepção".


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