Por que Setembro, apesar do seu nome, não é mais o sétimo mês do ano?


Para entender como surgiu o calendário romano atual, é preciso voltar a 753 a.C., quando o fundador de Roma, Rômulo, organizou o primeiro calendário romano. Esse calendário contava com 10 meses, era lunar e tinha 304 dias. Os meses eram divididos em seis meses de 30 dias e quatro de 31 dias, que iam de março a dezembro. O primeiro mês era o Martius, com 31 dias, seguido do Aprilis, com 30 dias, o Maius, com 31 dias, Junius, com 30 dias, Quintilis, com 31 dias, Sextilis, com 30 dias, September, com 30 dias, October, com 31 dias, November, com 30 dias, e December, com 30 dias.

Porém, foi com Numa Pompilius, o segundo rei de Roma, que o calendário romano começou a ser baseado em critérios astronômicos. Ele elaborou um calendário solar, com 354 dias distribuídos em 12 meses. Devido a suas superstições, Numa considerava os dias pares como azarados e, por isso, diminuiu um dia dos seis meses com 30 dias e acrescentou mais 51 dias, formando dois novos meses: janeiro e fevereiro, sendo um com 28 dias e outro com 29 dias.

Com o tempo, o calendário começou a apresentar desajustes, e as estações ocorriam em datas diferentes. Então, em 45 a.C., Júlio César, ditador da República Romana, resolveu reformar o calendário para adequá-lo novamente ao tempo natural.


Os romanos sentiram a necessidade de coordenar o ano lunar com o ciclo das estações e introduziram um sistema solar-lunar rudimentar, adicionando um novo mês, Mercedonius, de 22 ou 23 dias a cada dois anos. Isso gerou um ano de 377 dias e outro de 378 entre dois anos com 355 dias.

Ao analisar a média a cada quatro anos, vemos que ela é de 366,25 dias, um dia a mais que o ano trópico. Entretanto, as intercalações de Mercedonius passaram a ser feitas de acordo com interesses políticos, e os pontífices alongavam ou encurtavam o ano conforme suas simpatias com quem estava no poder. A desordem foi tanta que o começo do ano chegou a estar adiantado cerca de três meses em relação ao ciclo das estações.

Foi então que Júlio César chamou o astrônomo grego Sosígenes para examinar a situação e concluiu-se que o calendário romano estava 67 dias adiantado em relação ao ciclo das estações. Para corrigir esse problema, em 46 a.C. foi criado um ano com 15 meses e 455 dias, conhecido como o “ano da confusão”.

A reforma de Júlio César instituiu o ano de 365 dias e seis horas, divididos em 12 meses, o que resolveu o problema por um tempo. As seis horas que sobravam de cada ano eram compensadas a cada três anos com a inclusão de um dia em fevereiro, nos anos bissextos. Com essa mudança, o calendário gregoriano estabeleceu um padrão mais preciso e próximo do ano trópico, com um erro de apenas 1 dia a cada 3236 anos.

Atualmente, é o calendário mais utilizado no mundo e foi adotado pela maioria dos países, incluindo o Brasil, a partir de 1582, quando foi promulgado pelo Papa Gregório XIII. Desde então, foram feitas algumas pequenas correções no calendário para manter sua precisão e corrigir pequenos desajustes, mas a estrutura básica do calendário gregoriano permanece a mesma até hoje.


A mudança no calendário foi gradualmente adotada em todo o Império Romano, e em 1582, o Papa Gregório XIII instituiu uma nova reforma para corrigir o desvio que ainda existia entre o calendário e o ano trópico.

Para corrigir esse desvio, o Papa Gregório XIII estabeleceu uma série de mudanças no calendário, incluindo a supressão de 10 dias em outubro de 1582 e a alteração da regra para os anos bissextos. A partir de então, os anos bissextos seriam incluídos nos anos múltiplos de 4, exceto nos múltiplos de 100 que não fossem múltiplos de 400. Com essa nova regra, o calendário foi ajustado para se aproximar mais do ano trópico, reduzindo o desvio para apenas alguns segundos por ano.

O ano trópico é o período de tempo que leva para a Terra completar uma volta ao redor do sol em relação às estações do ano. Esse ciclo tem uma duração média de 365,242190 dias, ou seja, cerca de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Essa variação de tempo é o que leva à necessidade de adicionar um dia extra ao calendário a cada quatro anos, por meio do ano bissexto, para manter o calendário alinhado com as estações do ano.

Com a reforma gregoriana, o calendário passou a ser mais preciso e confiável, garantindo a continuidade e a uniformidade da medição do tempo ao longo dos séculos. Atualmente, a maior parte do mundo segue o calendário gregoriano, que é considerado o calendário civil mais utilizado em todo o mundo.