Estudo no Reino Unido mostra sucesso em redução da semana de trabalho para quatro dias


Foi realizado um estudo por todo o Reino Unido que tinha como objetivo reduzir a semana de trabalho para quatro dias por semana, oferecendo um dia de folga remunerado para cada funcionário. A pesquisa durou seis meses, de junho a dezembro de 2022, e contou com a participação de 72 empresas de diversas áreas. O resultado preliminar foi considerado um sucesso pelas empresas participantes, que afirmaram terem sido convencidas da eficácia do novo modelo.

A pesquisa foi organizada pela organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global, em colaboração com pesquisadores das universidades de Boston, Oxford e Cambridge, além de outras duas organizações. Ao todo, cerca de 3.200 trabalhadores assalariados foram envolvidos na pesquisa, recebendo um dia de folga a mais entre segunda e sexta-feira.


Os relatórios indicam que houve uma melhoria significativa no bem-estar dos funcionários, tornando-os mais produtivos. Além disso, houve uma diminuição no número de demissões e melhorias na saúde física e mental, com mais tempo sendo gasto em exercícios e satisfação geral com a vida e o trabalho. A professora Juliet Schor do Boston College observou que houve diferenças interessantes nos resultados, com funcionários de organizações sem fins lucrativos e de serviços profissionais tendo um aumento médio maior no tempo gasto em exercícios, enquanto os da construção/manufatura tiveram as maiores reduções de esgotamento e problemas de sono.

Entre as empresas participantes, houve uma alta taxa das que pretendem continuar a adotar o novo modelo, sendo altamente provável que isso aconteça em diversas empresas. Segundo a 4 Day Week Global, 91% das organizações definitivamente continuarão ou planejam continuar a semana de 4 dias, com outros 4% inclinados a continuar, enquanto apenas 4% dos participantes não continuarão. As empresas que tiveram a produtividade melhorada afirmaram que continuarão com o projeto, sendo que 15% afirmaram ter uma melhora significativa e 35% disseram que melhorou um pouco, enquanto 46% afirmaram que continuarão com o mesmo nível de produtividade, embora com um dia a menos por semana. A maioria dos entrevistados afirmou considerar provável a continuação da ideia.

O movimento de semana de quatro dias de trabalho não se limita ao Reino Unido, tendo aumentado nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Islândia, Suécia, Nova Zelândia e em diversos países da Europa. Várias organizações em todo o mundo estão se esforçando para adotar esse modelo, incluindo um movimento na França que busca uma semana de trabalho de 32 horas.

O movimento para reduzir a semana de trabalho e adotar modelos mais flexíveis tem sido cada vez mais discutido em diversos países, impulsionado por pesquisas como essa realizada no Reino Unido. A pandemia de COVID-19 também contribuiu para uma reflexão sobre a organização do trabalho e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

No entanto, ainda há muitas empresas e setores que resistem à ideia de reduzir a carga horária semanal, alegando que isso pode prejudicar a produtividade e a competitividade. Por isso, estudos como esse são importantes para mostrar que é possível ter sucesso com um modelo de trabalho mais humano e flexível.

Além disso, a redução da semana de trabalho pode trazer benefícios não só para os trabalhadores, mas também para a sociedade como um todo. Com mais tempo livre, as pessoas podem se dedicar a atividades de lazer, estudos, cuidados com a saúde e convívio familiar, o que pode contribuir para uma sociedade mais equilibrada e saudável.

Portanto, é importante que a discussão sobre a redução da semana de trabalho e modelos mais flexíveis continue, tanto em âmbito empresarial quanto governamental. A adoção de modelos mais humanos e equilibrados pode trazer benefícios para todos e contribuir para uma sociedade mais justa e saudável.