A transmissão começou às 20h00, horário do Leste dos Estados Unidos, e durou cerca de uma hora. Durante a transmissão, uma série de boletins de notícias fictícios relataram um objeto voador não identificado caindo em uma fazenda em Nova Jersey. À medida que a transmissão continuava, as notícias se tornavam cada vez mais alarmantes, com relatos de que as naves alienígenas haviam aterrissado em várias cidades dos Estados Unidos e estavam começando a destruir tudo em seu caminho.
A dramatização foi tão convincente que muitos ouvintes não perceberam que se tratava de uma peça de ficção. As pessoas que sintonizaram a transmissão tarde demais, e não ouviram a introdução que deixava claro que se tratava de uma dramatização, entraram em pânico e saíram às ruas, tentando fugir do perigo imaginário. Em Nova York, houve relatos de pessoas que corriam para o Central Park em busca de refúgio, enquanto outras tentavam sair da cidade em seus carros.
A histeria se espalhou por todo o país, e houve relatos de que as linhas telefônicas das estações de rádio estavam congestionadas com ligações de pessoas assustadas. A polícia e as autoridades locais foram inundadas com chamadas de emergência de pessoas que acreditavam estar enfrentando a invasão alienígena.
A transmissão também teve um impacto significativo na indústria da radiodifusão. O governo dos Estados Unidos passou a exigir que todas as transmissões de rádio fossem claramente identificadas como peças de ficção ou não-ficção, e as estações de rádio passaram a adotar medidas mais rigorosas de controle e verificação de notícias.
No entanto, a transmissão de "A Guerra dos Mundos" também foi amplamente criticada por ter causado pânico e ansiedade desnecessários. Alguns observadores acusaram Welles e a CBS de irresponsabilidade e exploração do medo público.
Orson Welles e a CBS emitiram um comunicado logo após a transmissão, pedindo desculpas pelo alarme que haviam causado. Welles, que mais tarde se tornou um dos cineastas mais aclamados do século XX, sempre negou que tivesse a intenção de causar pânico entre os ouvintes, e afirmou que a dramatização havia sido concebida como uma homenagem a Wells e à ficção científica.
A transmissão de "A Guerra dos Mundos" também levantou questões sobre o poder da mídia e a capacidade dos meios de comunicação de moldar a opinião pública. Muitos observadores argumentaram que a transmissão demonstrou que a rádio tinha a capacidade de influenciar as crenças e o comportamento das pessoas, e que isso poderia ser perigoso se usado de forma irresponsável.
No entanto, outros argumentaram que a transmissão de "A Guerra dos Mundos" também demonstrou a importância da liberdade de expressão e da criatividade artística. A dramatização de Welles e da CBS foi uma obra de ficção bem-sucedida que cativou a imaginação do público e demonstrou o poder da radiodifusão como meio de entretenimento e educação.
Independentemente das opiniões divergentes sobre a transmissão de "A Guerra dos Mundos", seu impacto na cultura popular e na história da radiodifusão foi inegável. A transmissão tornou-se um marco na história da radiodifusão e um exemplo notável de como a ficção pode afetar a realidade.
A dramatização de "A Guerra dos Mundos" de Welles também inspirou inúmeros imitadores e homenagens ao longo dos anos, incluindo adaptações de rádio, televisão e cinema. A história continua a fascinar e assustar o público, e permanece um clássico da ficção científica que explora temas como o medo do desconhecido, a paranoia e a resistência humana em face de ameaças alienígenas.
Em resumo, a transmissão de "A Guerra dos Mundos" em 1938 foi um evento significativo na história da radiodifusão e da cultura popular. Embora tenha causado pânico e ansiedade entre alguns ouvintes, também demonstrou o poder da ficção e da criatividade artística para cativar e entreter o público. A transmissão de "A Guerra dos Mundos" permanece um exemplo notável de como a mídia pode moldar a opinião pública e afetar a realidade, e continua a ser uma história fascinante e relevante para os dias de hoje.